a intenção e o agir dos outros
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A caixa é um espaço imenso, igual ao que rasgo com a minha cabeça. É um espaço fechado, com ranhuras onde se depositam riquezas. O chão da caixa revela as marcas de quem a calca e nela vive. É um lado. Penso mais nele porque tenho o hábito de olhar para o chão. Funciona como um mapa que nos indica as ruas de uma cidade. Indica-nos sítios importantes que devemos visitar. Mas, também nos indica a esquina onde encontramos o que mudou a nossa vida. E tudo tem um tempo de duração. Começa e acaba. A cabeça rasga o espaço com velocidade. Tentarei fazer-lhe corresponder um corpo. Forçarei o corpo para ser veloz. E a escrever. Depois junto todos os escritos. Selecciono, corto e volto a juntar. Monto um novo mapa. Repito os caminhos. Repito muitas vezes. Sento-me e descanso. Falo sobre o que me aconteceu. Anoto as diferenças e volto a trabalhar.
Esta sessão foi um acontecimento textual, mas também foi uma engrenagem de linhas de características aparentemente não relacionadas que deram origem a conexões arbitrárias. Foi, também, um experimento textual em que a tentativa de tradução se tornou num mecanismo que produziu as suas próprias ligações.
O agir e a intenção pareceram-me, de alguma forma encurtados, nesta experiência. Na tentativa de chegar mais perto da esfera do sentir, os alunos não identificaram logo os acontecimentos importantes que observaram nas sequências de movimentos dos outros participantes.Focaram-se a desenvolver a sua própria lógica de movimento. O que lhes pareceu relevante foi desvelado com sucessivas referencias desprovidas, numa primeira visão, de qualquer importância. Será por isto que é tão difícil a paráfrase de um poema, ou de uma performance ? Esta foi a questão que ficou a pairar no final desta sessão.
1-Foi pedido aos participantes que escrevessem da forma que achassem mais confortável, algumas ideias e sequências de movimentos.
2-Depois, experimentavam com movimentos, sem a observação dos restantes participantes.
3-Reuni os escritos de todos e distribui-os aleatóriamente pelos participantes.
4-Um de cada vez, por forma a todos os participantes vissem os movimentos de todos, criou uma sequência de movimentos baseada na leitura que fez.
5-Cada autor da descrição/ideia/sequência de movimentos escrita, comentou a sequência executada por outro.
6-Juntaram-se autor da ideia/descrição com executante. Executaram as duas visões em simultâneo.